O Sr. Giacomum (que num sotaque abrasileirado soa algo como Já-comum) é uma importante figura político-social. Acostumado a se envolver em assuntos extraordinariamente rotineiros, é considerado um bom exemplo da classe. Provindo de uma família antiga brasileira (diz-se que seus antepassados são da própria monarquia portuguesa, os primeiros governantes de nosso justo país), é hoje pai de famílias e auxiliador por obrigação da classe mais pobre; da classe alta ele é comparsa.
Adepto de uma cultura de poligamia secreta, conjugado com duas mulheres das quais uma ninguém sabe mesmo sabendo, Giacomum faz de tudo para aparecer nas manchetes dos jornais, por mais que tente cometer suas preferências de forma oculta.
Filiado a um partido nômade, que migra de sigla de acordo com o bem-estar e as tendências eleitorais do cidadão, participou de trazer à tona vários escândalos políticos em parte cometidos por ele mesmo. Adepto da religião do povo, ateu nas horas vagas e eclético nos comícios públicos, Giacomum foi responsável por grandes obras na região. A maior delas, o superfaturamento das notas.
Mas caso de se destacar, recentemente comentado por seus amigos, os Opositores da Oposição e das Demais Direções (OODD), foi a aclamada proposta que ele levou à Câmara: a Bolsa Político. Atendendo à várias necessidades desta classe tão oprimida pelo povo justo brasileiro, a Bolsa Político sugere uma verba para compra de bolsas realmente grandes e confortáveis a todos os integrantes do governo, auxiliando-os no transporte de documentos que não devem ser vistos pelos jornalistas e investigadores e, em principal ponto, ser suporte de sucesso para o transporte de dinheiro público desviado, visto que muitos dentre eles, por não encontrarem outro modo de lavar os cofres públicos, estavam tendo que colocar as cédulas no forro dos paletós, nas meias e sapatos e (pasmem!) dentro da cueca. “Um desconforto desnecessário”, segundo as palavras de nosso tão costumeiro representante no governo, “quando nossos amigos poderão carregar todas estas bênçãos num recipiente só; e seguro, eu complemento.”
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